Quinto Domingo do Advento

Meditatio
2 min readDec 28, 2022

Passado o dia escolhido no calendário para a celebração de natal, o que nos resta? Talvez arrependimento por exagerar nas comidas (e pra muitos, nas bebidas), aquele clima ruim de encontrar o parente de quem se tem tantas diferenças, o mês que sobrou no fim do salário, pois se gastou mais com os presentes que de costume, e tantos outros deslizes comum nessa época.

Hora de guardar a árvore de natal, tendo cuidado para não errolar ainda mais o pisca-pisca, não quebrar as bolinhas, tirar guirlandas das portas, guardar os forros e tantos adornos que decoraram a casa. Após todo o ritual de desmonte e pensamentos talvez na virada de fim de ano, e como “receber” bem o ano que avizinha, além dos planejamentos e sonhos no papel que costumeiramente fazem parte desse período.

Toda essa liturgia está muito distante da razão primordial desse período que é o marco inicial do calendário cristã. Mesmo que por conveniência familiar ou padrões comuns do ciclo de amizade nós participemos de rotinas como essas, sabemos como a narrativa bíblica nos preenche de modo que esse fim de ciclo não seja vazio de sentido, mas sim, cheio de corações transbordando a graça dispensada a nós pelo Senhor.

“Depois de terem cumprido tudo conforme a Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré. O menino crescia e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele”. Lucas 2.39,40. Com essa mesma atitude de José, Maria e Jesus, podemos ver o princípio que nos norteia para prosseguir os tempos que virão. Primeiro, eles obedeceram tudo o que a Palavra de Deus os havia instruído a fazer: Apresentaram o menino Jesus no oitavo dia no templo, o circuncidaram e ofereceram sacrifício (2.22–24). A nós cabe fazer o mesmo: apresentar nossos filhos diante do Senhor, encaminharem eles à família da fé, e o próprio Jesus já fez o sacrifício por nós (João 19.30).

Em seguida, retornaram à sua vida cotidiana, mesmo precisando se resguardar como refugiados no Egito, para escaparem do decreto de Herodes. Quando voltaram para Nazaré, se esmeraram na criação de Jesus, que experimentava o crescimento em todas as áreas. A Palavra era companhia constante, visto que o menino se enchia de sabedoria. Deus conduzia aquela casa em todo o tempo de preparo para o ministério desafiador que viria pela frente.

Muito mais que participar das convenções sociais dessa época do ano, olhemos para a vida do nosso Senhor, e como no lar escolhido para o receber, edifiquemos o nosso lar. A graça do Senhor certamente estará sobre nós, pois nos foi ofertada através da vida do Filho de Deus. Nos preparemos para os dias que virão, debaixo dessa graça maravilhosa.

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Meditatio

Conteúdo de Reflexões Reformadas; seleções de textos de obras clássicas e contemporâneas para momento devocional. “exercite-se na devoção”. I Timóteo 4.7b